quarta-feira, 4 de maio de 2011

Amor ao mar


- Acho que você tem que ir embora e me deixar em paz. Acho melhor a gente parar por aqui.
- Mas por que, meu bem, se eu te amo?
- Porque você me ama demais, Roberto!
- Pois é, eu não entendo. Eu te amo demais e você sabe. Qual é o problema?
- O problema é que não há reciprocidade, e no nosso amor tá pintando dor. No amor não pode pintar dor, Roberto.
- Não há reciprocidade? Então tá certo...eu vou embora! Você tem o direito de me amar da mesma forma que eu te amo ou até mais, mas nunca menos.
- Me perdoa, Roberto?
- Ágatha, vai pro inferno!

E na mesma hora, Roberto saiu rapidamente daquele flat no Leblon enquanto pensava que nunca deveria ter entrado lá. Depois de 4 meses de uma relação intensa, Ágatha não queria prolongar a ilusão do namorico, e alimentar as esperanças e as ideias de Roberto.
Era fim de tarde e Roberto foi em direção ao mar. Sentou-se na areia e tomou uma decisão: desde aquela tarde, só amaria o mar. O mar não lhe causaria dor, e nem diria o quanto poderia amá-lo. O mar seria seu companheiro fiel.
Infelizmente não foi assim. Tempos depois, Roberto descobriu em si uma grande solidão acompanhada de certa angústia. Percebeu que havia feito uma bobagem, e que ninguém ama como deve, só exagera tudo e muito. Não deixou de amar o mar, mas agora, viu que poderia dar amor ao mar e a outro alguém. Sem medir!

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