sexta-feira, 20 de maio de 2011

Escolhas

Eu escolhi ter você ao meu lado. Eu decidi fazer um disparo de qualquer maneira, e atirei errado. E agora eu ando por aí, desatinado. Atrás de um alguém, sempre calado, é claro.
Meu cão não leva a vida de cão que eu levo. E, ao contrário de você, a primeira opção dele sempre sou eu. Mas eu te entendo, e sei que todo mundo escolhe alguma coisa. Você escolheu me deixar, e como pôde? Como pôde fazer isso comigo? Mas entendo, juro que entendo. Me apeguei facilmente, escolhi errado.
Na verdade eu exagerei, fui apressado. A carência acabou comigo, e eu escolhi errado. Será que eu errei tanto assim? Não, não acho isso. Eu simplesmente escolhi errado.
Assim como uma banda que escolhe a menos famosa música de trabalho para tocar nas rádios; assim como meu amigo que escolheu o carro mais fraco para comprar; assim como meu cachorro que escolheu a hora mais complicada para querer brincar; assim como todos que escolheram à matroca, mas não estão satisfeitos e sim conformados. Eu escolhi você para amar sem nenhum medo de errar, sem dúvida, sem pecado. Entretanto, escolhi eu errado.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Desigualdade


No Brasil, a desigualdade está muito perceptível. Em alguns lugares do país, a miséria é extrema, e se opõe a riqueza, que também é exacerbada. Parece não haver meio termo: ricos são muito ricos e pobres são muito pobres. No entanto, existe uma camada em ascensão, uma camada emergente que está mudando a cara dessa desigualdade brasileira.

Algumas pessoas conseguiram migrar para uma melhor classe social (de D e E para C, por exemplo), e estão conseguindo obter uma melhora significativa em suas vidas. Há no Brasil, em algumas regiões um pouco desconhecidas, uma miséria chocante. Em pleno ano 2011, ainda é possível ver pessoas subnutridas, com péssimas condições de vida. Pense: você compra um ingresso para o Rock in Rio por noventa e cinco reais (meia entrada), certo? Para algumas pessoas, noventa e cinco reais é uma fortuna. E eu não estou exagerando. Não critico nossos altos gastos, mas critico o fato de que nem todas as pessoas podem gastar o que gastamos com certa facilidade.
Por outro lado, há pessoas que vão de helicóptero para casa. Há pessoas que moram em coberturas avaliadas em milhões e etc.

O que ocorre é que a camada rica da sociedade, por ter alto conhecimento com pessoas importantes, e grande influência - mesmo que implícita - em decisões políticas, é beneficiada por alguns políticos desonestos e, consequentemente, também recebe maior parte da atenção das pessoas que deviam olhar por todos na sociedade.

Por que fulano não pode se divertir tanto quanto cicrano? Por que fulano não pode ter a mesma roupa ou o mesmo lazer que cicrano? Sim, eu entendo que não há possibilidade de se implantar o socialismo. Acredito que o Brasil está muito avançado economicamente, e o capitalismo já tomou o “1° lugar” do sistema econômico, porém, a camada mais pobre da sociedade deve ter o direito de viver uma vida com dignidade.

O país só vai mudar quando a fome acabar, e a educação sofrer uma mudança. Enquanto houver uma maioria de políticos corruptos, desonestos e desinteressados em combater os maiores problemas do Brasil, as camadas menos favorecidas vão sofrer com o preconceito da sociedade, e também com a falta de informação, que acarretará, posteriormente, numa sociedade sucessiva e persistente em seus erros e em sua desigualdade social.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Casamento homossexual



É oficial: pode haver casamento gay. E por que não podia?
Na minha opinião, só não podia porque o preconceito era maior. Não podia porque a hipocrisia tomava conta de algumas mentes que não queriam funcionar e não lutavam contra o preconceito tirano.

Absurdo? Não vejo absurdo algum em homossexuais poderem oficializar uma união. Ademais, como escreveu Cazuza em uma de suas letras, "todo humano é santo e pode amar". Eu concordo. Todos têm o direito de amar. E, ao contrário do que muitos pensam, ser gay não é ser anormal, não é ter doença. Homossexualismo parece, mas não é sinônimo de falta de pudor. O problema é que a maioria das pessoas têm medo da reação da sociedade, que parece, muitas vezes, querer usar "guilhotinas" para resolver alguns casos.

As coisas não podem funcionar assim. As pessoas devem entender que estamos no século XXI, numa era nova, caminhando ao lado da modernidade. Entretanto, o respeito deve sempre falar mais alto, e nunca precisar gritar. O respeito deve ser uma moeda única, que as pessoas trocam entre si todos os dias. Ninguém é obrigado aceitar a opção sexual do outro, porém, deve-se aceitar que um homem tem motivos para amar outro homem e uma mulher tem motivos para amar outra mulher.

Contudo, o movimento gay não pode querer reivindicar qualquer coisa, e se passar por um movimento totalmente oprimido. Não podem deixar o interesse tomar conta do ideal. Seria estupidez fazer um alvoroço por bobagens.

Acredito que a verdadeira ideia seja amar, e que os homossexuais quiseram oficializar uma união que, por muitas vezes, era estável mas não era oficial como as uniões heterossexuais podiam ser.
O que eu acho mais interessante é que agora, com a oficialização da união homoafetiva, mais crianças serão adotadas e haverá menos órfãos. Mais crianças recebrão amor, atenção e carinho.

Não sou homossexual nem faço parte de nenhum grupo simpatizante. Não tenho nada contra gays. Até acho que "classificar" pessoas como gays é uma coisa parecida como separar rico e pobre, preto e branco. Espero que as pessoas agora possam ser mais felizes, amando, independentemente da opção sexual.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Amor ao mar


- Acho que você tem que ir embora e me deixar em paz. Acho melhor a gente parar por aqui.
- Mas por que, meu bem, se eu te amo?
- Porque você me ama demais, Roberto!
- Pois é, eu não entendo. Eu te amo demais e você sabe. Qual é o problema?
- O problema é que não há reciprocidade, e no nosso amor tá pintando dor. No amor não pode pintar dor, Roberto.
- Não há reciprocidade? Então tá certo...eu vou embora! Você tem o direito de me amar da mesma forma que eu te amo ou até mais, mas nunca menos.
- Me perdoa, Roberto?
- Ágatha, vai pro inferno!

E na mesma hora, Roberto saiu rapidamente daquele flat no Leblon enquanto pensava que nunca deveria ter entrado lá. Depois de 4 meses de uma relação intensa, Ágatha não queria prolongar a ilusão do namorico, e alimentar as esperanças e as ideias de Roberto.
Era fim de tarde e Roberto foi em direção ao mar. Sentou-se na areia e tomou uma decisão: desde aquela tarde, só amaria o mar. O mar não lhe causaria dor, e nem diria o quanto poderia amá-lo. O mar seria seu companheiro fiel.
Infelizmente não foi assim. Tempos depois, Roberto descobriu em si uma grande solidão acompanhada de certa angústia. Percebeu que havia feito uma bobagem, e que ninguém ama como deve, só exagera tudo e muito. Não deixou de amar o mar, mas agora, viu que poderia dar amor ao mar e a outro alguém. Sem medir!