domingo, 28 de novembro de 2010

A mensagem

À tarde, recebi tua mensagem
Em parte, pensei que não fosse verdade
Decidi, portanto, confirmar a reciprocidade

Percebi certa confusão em suas letras
Grandes, desconexas e pretas
Mas, desconfiado, preocupei-me em recebê-las

Reparei que você havia permitido
Que a paixão subisse do umbigo ao coração
Quis também, então, agir sem razão

Você dizia que tinha se pego pensando em mim
Eu, ainda desconfiado, procurei complicar sua ideia
E disse, cheio de esperanças, que havia me perdido pensando em você

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pela janela


Pela janela ele via fumaça, carros, calçadas. Via pessoas jovens, velhas, estranhas, normais, enfim. Pela janela ele via. Via que a sua vida poderia ser bem vivida. Pela janela, Marcus Ilianov, um russo alto, esbelto, há alguns anos no Brasil, dois ou três, na minha tentativa inútil de precisar, fugindo do clima de tensão que se encontrava a Rússia e a Europa, e a guerra que deixava a maioria triste.

Ah, aquela janela era magnífica. Era grande o bastante, e nela cabiam todos os pensamentos repentinos de Marcus: dos serenos aos mais insanos. Pensamentos esses que levavam Marcus a um delírio constante, que o deixava sem alma, sem razão e sem culpa.

Marcus estava na janela, admirando as pessoas. Via drogados, trabalhadores, loucos e carros. Via fábricas, casas, outras janelas. Não podia abrir asas e voar, pois nem seu pensamento estava livre naquele momento. Não era o que queria ser.

Após passar horas olhando pela janela, vendo as outras pessoas e admirando a paisagem, Marcus se conformou. Ou melhor, percebeu que a conformidade não tinha a ver com seu espírito revolucionário e ideológico. Marcus fechou a janela...não queria mais pular. Entendeu que vivia em função dos outros, e, antes de se salvar, salvaria os seus ideais.

Marcus era um russo, de sotaque bruto e forte. Marcus olhava os outros pela janela.
Não queria terminar sua vida pela janela, e sim mudar o mundo. No entanto, percebeu que não tomaria uma atitude sensata se vivesse a vida pela janela.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Demonstração do Krav-Magá 4

Galera, essa demonstração foi feita pelos professores faixas-preta que estavam na cerimônia de entrega de faixas, quando recebi a faixa amarela. Muito bacana!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Hierarquia: onde estás, que não responde?


Não, a minha opinião não está totalmente formada na imagem acima. Pelo contrário, eu até acho que as pessoas não devem sempre ficar caladas, e simplesmente obedecerem ordens de outrem. Porém, a vida, a comunicação, a sociedade, enfim, conta com o respeito. Através do respeito, se faz a hierarquia.

Hoje em dia, a maioria das pessoas já não se importa com a hierarquia. E essa maioria é que transgride o limite de respeito por outras pessoas, e isso acaba afetando muito a sociedade.
Algumas pessoas estão confundindo amizade com liberdade demasiada. Citando aquele jargão, confundindo "liberdade com libertinagem", e isso é ruim. Algumas pessoas não respeitam mais os seus superiores hierárquicos, seja no local de trabalho, seja em casa, no colégio ou na rua. O respeito por outras pessoas está sumindo da nossa realidade.

A educação de base, que é aquela dada pelos pais aos filhos, contribui muito para que haja hierarquia. Se em casa, um pai pune o filho por algo que o filho tenha feito de errado, dificilmente essa criança não vai ter respeito pelos outros no futuro. Ademais, a maioria dos filhos se espelha nos pais. Portanto, se em casa não há respeito, a rua será somente uma extensão da casa, onde o jovem aproveita para cometer atos estúpidos e inadequados livremente.

Sem hierarquia, o colégio torna-se estranho. É possível vermos casos em que alunos agridem professores, e esses educadores, muitas vezes sem reação, perdem a razão e respondem, da mesma forma, aos alunos inconsequentes.

A sociedade precisa da hierarquia. Pense: o que seria do exército se os soldados desobedecessem os sargentos? As tropas ficariam perdidas e desorganizadas; O que seria dos pacientes se os enfermeiros desrespeitassem os cirurgiões e resolvessem fazer de qualquer forma o procedimento? Muitos caixões seriam encomendados, certo!?

Não que alguém de menor nível hierárquico não possa dar uma opinião, pois sempre existem as "cabeças pensantes", e quando as "cabeças pensantes" surgem, o nível hierárquico torna-se coisa menos importante. Entretanto, sempre há de haver o respeito.

Discussões são sadias. Falo de todo o tipo. Desde que haja respeito, as pessoas podem e devem discutir. Claro, não abandonando nunca a hierarquia.